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25 de Julho: Quando eu me descobri mulher negra

  • Jornalista: Laís Monteiro
  • 27 de jul. de 2017
  • 2 min de leitura

25 de julho, Dia da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha

Passei um longo período da minha vida sem saber quem eu era, renegado minha personalidade, minhas características e tentando construir alguém que passava longe de quem eu sou. Quando me descobri mulher negra pude começar a entender as questões que me cercavam e o quanto elas contribuíam para a minha construção, digo começar, porque entendo que descobrimos todos os dias um pouquinhos de nós, e então entendi o início do caminho que eu deveria seguir.

Quando me descobri mulher negra, compreendi o quanto deveria me valorizar e ser orgulhosa de ser quem sou, porque só eu entendo o quanto me custou e me custa “me assumir”. Entendendo-me mulher negra, entendi também a importância de outras mulheres negras na minha história para que eu pudesse me encontrar e então compreender que também poderia contribuir com a história de outras mulheres. Sendo negra, então pude entender que não precisava da aprovação de outras pessoas para fazer o que quisesse da minha vida, e que sim, eu posso ser o que quero e, mesmo que a luta seja grade, mas entendi que apesar de tudo eu poderia determinar o meu lugar e deveria lutar pelo meu espaço. Me descobrindo mulher negra entendi os desafios que vivi e que toda a força que tinha dentro de mim, isso me impulsionou a seguir ainda mais confiante que posso ser sempre mais. Aprendi então a erguer a cabeça, a pensar, a não calar, a resistir e sempre sorrir. Também entendi que eu deveria ser muito mais que só um corpo negro, mas um corpo com uma mente negra, com pensamentos negros, com consciência negra. Quando me descobri mulher negra entendi o ato político e de rebeldia que é gostar de si.

Foto: Ana Carolina S. Paiva

 
 
 

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